segunda-feira, 29 de abril de 2013

F.O.C. Me

Há uns meses recebi um telefonema de um amigo que partilha connosco o espírito de respigador. O seu Pai tinha encontrado, numa obra de num edifício empresarial, um conjunto de mobiliário de escritório dos anos 50, coberto de pó e prestes a ir para o entulho.

Como o lixo de uns é a menina dos olhos de outros, lá fui. À falta de espaço em casa, apenas adoptei uma cadeira. Não a conhecia, mas gostei dela. Dei-lhe uma limpeza e uma sala. Acho que está feliz na sua nova casa. Eu estou, principalmente quando acabei de descobrir no MUDE que ela vem de boas famílias. Mais concretamente da Jerónimo Osório Castro - mas tarde Fábrica Osório Castro (FOC) - , que ao lado da Olaio, da MIT - mais tarde Altamira - , ou da Sousa Braga Filhos, foi uma das empresas pioneiras na produção de peças de design nacional já em processo industrial.

Motivo suficiente para refazer a mensagem de recepção: "Cara Cadeira FOC, seja muito bem-vida e faça o favor de se sentar."






4 comentários:

Arménio Santos disse...

Cara Inês

Bom dia. Estou muito feliz com o resultado que obteve com a sua cadeira.

Quando encontrar mais cadeira já sei com quem falar.

Como diria um poeta:

As cadeiras estão sentadas
Nunca estiveram de pé
São redondas
São quadradas
São José.

Bom Dia!

Danae disse...

Olá Inês,

Felizmente salvou-se mais uma pérola de antigamente. Pena é, ao olhar para a foto e também a imaginar o que a câmara não apanhou, que tenhas deixado seguir para o entulho autêntico "ouro". Aquela secretária dos anos 50 no lixo...dói no coração. São milhares pelo país fora a fazer o mesmo. Nem todos podem ir ao MUDE para entender os "actos criminosos" que fazem. Mas, vou acabar esta mensagem colocando o foco na linda cadeira que foi salva e, tentar esquecer o que foi irreversivelmente perdido. Feliz vida nova á tua cadeira que te aguardava há cerca de 60 anos desde o seu fabrico.
Na expectativa que as pérolas do antigamente tenham ganho mais uma guardiã, um abraço,
Ricardo.

Pedro Santos disse...

Obrigado! O meu avô estará a sorrir
Pedro Osório de Castro

Luís Venâncio disse...

Engraçado. Há 40 anos atrás comprei no Barreiro quatro estantes Foc. Ainda hoje as adoro e são a estrutura da minha biblioteca. Um amor para a vida.